segunda-feira, 23 de maio de 2011

O Banquete - Platão


Com efeito, parece-me os homens absolutamente não terem percebido o poder do amor, que se o percebessem, os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores sacrifícios lhe fariam, não como agora que nada disso há em sua honra,quando mais que tudo deve haver. É ele com efeito o deus mais amigo do homem, protetor e médico desses males, de cuja cura dependeria sem dúvida a maior felicidade para o gênero humano. Tentarei eu portanto iniciar-vos em seu poder, e vós o ensinareis aos outros. Mas é preciso primeiro aprenderdes a natureza humana e as suas vicissitudes. Com efeito, nossa natureza outrora não era a mesma que a de agora, mas diferente. Em primeiro lugar, três eram os gêneros da humanidade, não dois como agora, o masculino e o feminino, mas também havia a mais um terceiro, comum a estes dois, do qual resta agora um nome, desaparecida a coisa; andrógino era então um gênero distinto, tanto na forma como no nome comum aos dois, ao masculino e ao feminino, enquanto agora nada mais é que um nome posto em desonra. Depois, inteiriça era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; quatro mãos ele tinha, e as pernas o mesmo tanto das mãos, dois rostos sobre um pescoço torneado, semelhantes em tudo; mas a cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro era uma só, e quatro orelhas, dois sexos, e tudo o mais como desses exemplos se poderia supor. E quanto ao seu andar, era também ereto como agora, em qualquer das duas direções que quisesse; mas quando se lançavam a uma rápida corrida, como os que cambalhotando e virando as pernas para cima fazem uma roda, do mesmo modo, apoiando-se nos seus oito membros de então, rapidamente eles se locomoviam em círculo. Eis por que eram três os gêneros, e tal a sua constituição, porque o masculino de início era descendente do sol, o feminino da terra, e o que tinha de ambos era da lua, pois também a lua tem de ambos; e eram assim circulares, tanto eles próprios como a sua locomoção, por terem semelhantes genitores. Eram por conseguinte de uma força e de um vigor terríveis, e uma grande presunção eles tinham; mas voltaram-se contra os deuses, e o que diz Homero de Efialtes e de Oto é a eles que se refere, a tentativa de fazer uma escalada ao céu, para investir contra os deuses. Zeus então e os demais deuses puseram-se a deliberar sobre o que se devia fazer com eles, e embaraçavam-se; não podiam nem matá-los e, após fulminá-los como aos gigantes, fazer desaparecer-lhes a raça - pois as honras e os templos que lhes vinham dos homens desapareceriam — nem permitir-lhes que continuassem na impiedade. Depois de laboriosa reflexão, diz Zeus: “Acho que tenho um meio de fazer com que os homens possam existir, mas parem com a intemperança, tornados mais fracos. Agora com efeito, continuou, eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando.” Logo que o disse pôs-se a contar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltar-lhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar. Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo. As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição. Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher — quer com a de um homem; e assim iam-se destruindo. Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para a frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar-se do resto da vida. E então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto é uma parte complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento. (...)Depois de ouvir essas palavras, sabemos que nem um só diria que não, ou demonstraria querer outra coisa, mas simplesmente pensaria ter ouvido o que há muito estava desejando, sim, unir-se e confundir-se com o amado e de dois ficarem um só. O motivo disso é que nossa antiga natureza era assim e nós éramos um todo; é portanto ao desejo e procura do todo que se dá o nome de amor. Anteriormente, como estou dizendo, nós éramos um só, e agora é que, por causa da nossa injustiça, fomos separados pelo deus, e como o foram os árcades pelos lacedemônios; é de temer então, se não formos moderados para com os deuses, que de novo sejamos fendidos em dois, e perambulemos tais quais os que nas estelas estão talhados de perfil, serrados na linha do nariz, como os ossos que se fendem. Pois bem, em vista dessas eventualidades todo homem deve a todos exortar à piedade para com os deuses, a fim de que evitemos uma e alcancemos a outra, na medida em que o Amor nos dirige e comanda. Que ninguém em sua ação se lhe oponha - e se opõe todo aquele que aos deuses se torna odioso – pois amigos do deus e com ele reconciliados descobriremos e conseguiremos o nosso próprio amado, o que agora poucos fazem.(...)

O nascimento do Amor e a Filosofia
Quando nasceu Afrodite, banqueteavam-se os deuses, e entre os demais se encontrava também o filho de Prudência, Recurso. Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza, e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado com o néctar - pois vinho ainda não havia - penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando em sua falta de recurso engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o Amor. Eis por que ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela. E por ser filho o Amor de Recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio ele recursos, a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista: e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no mesmo dia ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita, graças à natureza do pai; e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem empobrece o Amor nem enriquece, assim como também está no meio da sabedoria e da ignorância. Eis com efeito o que se dá. Nenhum deus filosofa ou deseja ser sábio - pois já é -, assim como se alguém mais é sábio, não filosofa. Nem também os ignorantes filosofam ou desejam ser sábios; pois é nisso mesmo que está o difícil da ignorância, no pensar, quem não é um homem distinto e gentil, nem inteligente, que lhe basta assim. Não deseja portanto quem não imagina ser deficiente naquilo que não pensa lhe ser preciso.(...)

Diotima explica para Sócrates a escala de graus do amor
( o Amor Platônico)
São esses então os casos de amor em que talvez, ó Sócrates, também tu pudesses ser iniciado; mas, quanto à sua perfeita contemplação, em vista da qual é que esses graus existem, quando se procede corretamente, não sei se serias capaz; em todo caso, eu te direi, continuou, e nenhum esforço pouparei; tenta então seguir-me se fores capaz: deve com efeito,começou ela, o que corretamente se encaminha a esse fim, começar quando jovem por dirigir-se aos belos corpos, e em primeiro lugar, se corretamente o dirige o seu dirigente, deve ele amar um só corpo e então gerar belos discursos; depois deve ele compreender que a beleza em qualquer corpo é irmã da que está em qualquer outro, e que, se se deve procurar o belo na forma, muita tolice seria não considerar uma só e a mesma a beleza em todos os corpos; e depois de entender isso, deve ele fazer-se amante de todos os belos corpos e largar esse amor violento de um só, após desprezá-lo e considerá-lo mesquinho; depois disso a beleza que está nas almas deve ele considerar mais preciosa que a do corpo, de modo que, mesmo se alguém de uma alma gentil tenha todavia um escasso encanto, contente-se ele, ame e se interesse, e produza e procure discursos tais que tornem melhores os jovens; para que então seja obrigado a contemplar o belo nos ofícios e nas leis, e a ver assim que todo ele tem um parentesco comum, e julgue enfim de pouca monta o belo no corpo; depois dos ofícios é para o conhecimento que é preciso transportá-lo, a fim de que veja também a beleza do saber, e olhando para o belo já muito, sem mais amar como um doméstico a beleza individual de um rapaz, de um homem ou de uma só ocupação, não seja ele, nessa escravidão, miserável e um mesquinho discursador, mas voltado ao vasto oceano do belo e, contemplando-o, muitos discursos belos e magníficos ele produza, e reflexões, em inesgotável amor à sabedoria, até que aí robustecido e crescido contemple ele um certo conhecimento, único, tal que o seu objeto é o belo seguinte. Tenta agora, disse-me ela, prestar-me a máxima atenção possível. Aquele, pois, que até esse ponto tiver sido orientado para as coisas do amor, contemplando seguida e corretamente o que é belo, já chegando ao ápice dos graus do amor, súbito perceberá algo de maravilhosamente belo em sua natureza, aquilo mesmo, ó Sócrates, a que tendiam todas as penas anteriores, primeiramente sempre sendo, sem nascer nem perecer, sem crescer nem decrescer, e depois, não de um jeito belo e de outro feio, nem ora sim ora não, nem quanto a isso belo e quanto àquilo feio, nem aqui belo ali feio, como se a uns fosse belo e a outros feio; nem por outro lado aparecer-lhe-á o belo como um rosto ou mãos, nem como nada que o corpo tem consigo, nem como algum discurso ou alguma ciência, nem certamente como a existir em algo mais, como, por exemplo, em animal da terra ou do céu, ou em qualquer outra coisa; ao contrário, aparecer-lhe-á ele mesmo, por si mesmo, consigo mesmo, sendo sempre uniforme, enquanto tudo mais que é belo dele participa, de um modo tal que, enquanto nasce e perece tudo mais que é belo, em nada ele fica maior ou menor, nem nada sofre. Quando então alguém, subindo a partir do que aqui é belo, através do correto amor aos jovens, começa a contemplar aquele belo, quase que estaria a atingir o ponto final. Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para os belos conhecimentos até que dos conhecimentos acabe naquele conhecimento, que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo. Nesse ponto da vida, meu caro Sócrates, continuou a estrangeira de Mantinéia, se é que em outro mais, poderia o homem viver, a contemplar o próprio belo. Se algum dia o vires, não é como ouro ou como roupa que ele te parecerá ser, ou como os rapazes e jovens atraentes, a cuja vista ficas agora aturdido e disposto, tu como outros muitos, contanto que vejam seus amados e sempre estejam com eles, a nem comer nem beber, se de algum modo fosse possível, mas a só contemplar e estar ao seu lado. Que pensamos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse ele em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem a olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombra que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?

Questões

1. O que aconteceria se os homens se apercebessem do poder do amor?
2. Como era a natureza humana primitiva?
3. O que fizeram Zeus e os deuses com os ancestrais dos humanos e por que?
4. A partir desse mito como explicar a idéia de “cara metade”?
5. Por que o amor torna dois em um?
6. Em que dia nasceu Amor e quem eram seus pais?
7. Que características Amor recebeu de seus pais?
8. Por que os deuses e os ignorantes não filosofam?
9. Em que consiste proceder corretamente nos caminhos do amor?
10. Quando é possível produzir reais virtudes?

terça-feira, 22 de março de 2011

O conhecimento em qualquer parte

Resumo

Reportagem publicada em 20/03/2011 no "Informe Publicitário" da Folha de S. Paulo, sobre como anda a demanda por cursos EAD, mais especificamente da formação de professor do ensino fundamental. Elenca ainda sobre o interesse da população por mais conhecimentos e qualificação profissional. Enfatiza sobre o perfil dos alunos egressos nessa modalidade de ensino. Apresenta as Universidades Públicas e Particulares que disponibiliza a EAD. O presidente da Abed - Associação Brasileira de Educação a Distância, explica como anda a EAD pelo país. Ao final do caderno, apresenta a procura que está ocorrendo por cursos de idiomas presente em EAD.

Mais detalhes acessar o endereço eletrônico abaixo:




sexta-feira, 11 de março de 2011

A Aprendizagem Colaborativa na Educação a Distância on-line

Cristiane Luiza Köb Leite
Marileni Ortencio de Abreu Passos
Patrícia Lupion Torres
Paulo Roberto Alcântara



RESUMO

O presente artigo trata de alguns aspectos relacionados à aprendizagem colaborativa, em especial, na educação a distância on-line. Aborda alguns conceitos relacionados a esse tema e algumas teorias que fundamentam esse tipo de aprendizagem. A fundamentação teórica centra-se nos trabalhos de Pallof e Pratt, Behrens, Campos, Varella e outros autores que defendem a utilização de recursos tecnológicos principalmente na educação a distância.São levantadas também, algumas questões sobre a avaliação na educação a distância on-line, com o objetivo de reforçar a teoria de educadores que a situam como uma proposta de aprendizagem diferenciada e inovadora.

Fonte: CEAD UNIRIO http://www.unirio/cead/cursosadistancia.html

Palavras-chave: educação a distância on-line, colaboração, aprendizagem
colaborativa, educação superior, professor, alunos.



Disponível em:

quinta-feira, 10 de março de 2011

Aplicação Colaborativa de Objetos de Aprendizagem a partir de uma Proposta de Planejamento Pedagógico Integrado

Resumo


O ensino a distância (EAD) é uma realidade cada vez mais presente nos treinamentos e cursos do mundo inteiro, e como qualquer atividade de ensino necessita de planejamento pedagógico e definição de estratégias. Aplicável em muitas situações, o EAD é uma solução bastante atraente para treinamentos e cursos onde as unidades de ensino estejam geograficamente separadas. Neste caso os objetos de aprendizagem, reutilizáveis têm tido cada vez mais destaque, principalmente em programas de ensino que utilizam uma administração centralizada de conteúdos.Propõe-se, então, uma arquitetura colaborativa de objetos de aprendizagem integrados a outros elementos necessários para desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e subordinada ao planejamento pedagógico. Esta arquitetura permite a gestão do conhecimento fragmentado e compartilhado em diversos pontos distantes geograficamente, por diferentes pessoas. A arquitetura proposta é adaptativa a diferentes propostas pedagógicas trazendo uma grande flexibilidade na concepção de cursos; nela os objetos de aprendizagem são indexados e associados a outros elementos pedagógicos, formando cursos adequados à diferentes necessidades.

Palavras chave: Objetos de aprendizagem, Planejamento pedagógico, Ambientes colaborativos.

Disponivel em:

portal.ibta.com.br/cursos/ibtanews/ibtanews_5/.../objetos_pgl.doc



terça-feira, 8 de março de 2011

INCORPORAÇÃO DAS TIC AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO SUPERIOR

SILVA, J. Roberto da M. robertmota.s@gmail.com
VIANA, M.A.P. - vianamota@gmail.com

RESUMO

Para se discutir a formação e a prática docente fazem-se necessário destacar o advento da sociedade do conhecimento e da revolução da informação exige a produção saberes, uma vez que o processo de mudança afeta profundamente os profissionais de todas as áreas do conhecimento, redefinindo seus papéis e suas funções na sociedade. Os profissionais devem ter capacidade de tomar decisões, ser autônomos, saber trabalhar em grupo, partilhar suas conquistas e estar em constante formação, exercendo uma ação de articulador e mediador entre o conhecimento elaborado e o conhecimento a ser produzido, enquanto sujeito do seu pensar e do fazer pedagógico. O docente precisa vivenciar um processo de aquisição de habilidades e de conhecimentos, buscando uma formação que possibilite, além do domínio do conteúdo que ensina, a compreensão de sua importância como ser social e da escola na produção e socialização de novos saberes. Considera-se como formação do professor, todas as iniciativas e atividades relacionadas à preparação e ao aperfeiçoamento de sua ação pedagógica, intermediados por saberes e sujeitos que os criam e recriam permanentemente numa inter-relação entre teoria e prática. É visível e caracterizado como um momento de crise, momento de incerteza e de fragmentação também na educação. Nem a crise da cultura nem a crise da educação neste início de século têm único cenário e único perfil, além da enganosa universalidade que propõe termos como globalização. A educação nesse contexto pode originar algumas preocupações, tais como: preocupações éticas; preocupações políticas; e, finalmente, a preocupações epistemológicas. O professor do ensino superior tem procurado redimensionar seu papel no processo de ensino na sala de aula. A visão de cidadania e ética considera-se que a formação dos seres humanos deve estar alicerçada na construção de cidadania com uma postura ética, onde exista o respeito aos valores pessoais e sociais. Todas essas visões são propostas que devem ser contempladas nos programas de formação de professores e precisam compor a educação com uma visão ampla e holística e com abrangência crítica, reflexiva e transformadora da realidade em que estamos inseridos. Nesse contexto a ação docente vem sendo desafiada a buscar novos caminhos para consolidar uma formação mais complexa na educação superior que propicie um ensino público de qualidade e que privilegie a aprendizagem efetiva dos alunos.

Disponivel em:

quarta-feira, 2 de março de 2011

O significado das tecnologias de informação para educadores

RESUMO

A pesquisa descrita, de natureza quanti-qualitativa, visou investigar as percepções de docentes em relação às tecnologias de informação (TI), em especial o computador e a Internet. Trata-se de continuação de estudo anterior, que buscou identificar o significado das TI para os educandos. Os dados obtidos junto a 556 alunos revelaram que estes, além de desejarem lidar com as TI em sua aprendizagem, consideravam o computador como uma ferramenta e, a Internet, um instrumento de comunicação e pesquisa.
Neste estudo, com 120 professores de escolas públicas e particulares, encontramos indicadores de o computador ser considerado um aliado, e não uma ameaça, em relação à profissão docente. Constatamos, também, que parece haver relação entre o tipo de escola em que o professor atua e a utilização das TI na prática pedagógica. Há indícios de que a rejeição que parecia haver por parte do magistério às novas tecnologias vem diminuindo.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tecnologias de Informação e Comunicação: Contribuições para o Processo Interdisciplinar no Ensino Superior

RESUMO

Esta pesquisa teve por objetivo analisar como as Tecnologias da Informação e da Comunicação são utilizadas como possibilidade pedagógica para criar um ambiente de aprendizado e que contribuições podem trazer para a interdisciplinaridade prevista nas atuais diretrizes curriculares nacionais do ensino médico. A análise de dados enfatizou os seguintes temas: o projeto político- pedagógico no âmbito das diretrizes curriculares do ensino médico; as tecnologias de Informação e Comunicação no enfoque interdisciplinar; seus entraves na práxis pedagógica. As reflexões preliminares apontaram para os seguintes aspectos: a importância do projeto político pedagógico como norteador dos objetivos do ensino; a integração interdisciplinar como um processo para a melhoria da qualidade do ensino; as TIC como um instrumento facilitador da aprendizagem; as dificuldades dos discentes frente à seleção de informações no ambiente virtual; e, finalmente, o desafio para a formação do médico generalista.

Mais informações:

sábado, 26 de fevereiro de 2011

As Redes de Aprendizagem e os Ambientes Educacionais no Ciberespaço

Aprendizagem Colaborativa em Comunidades Virtuais

Renato Rocha Souza

O Trabalho Analisa Alguns Espaços de Interação e Mediação Eletrônica Questionando Sua Efetividade Como Ambientes de Aprendizado Para Isso São Invocadas Algumas Teorias Pedagógicas Que Lidam Com Aspectos do Processo de Aprendizado Que São Também Características da Ecologia dos Meios Virtuais de Interação São Ainda Abordadas Algumas Hipóteses Sobre as Relações Sociais Que Afloram Nestas Comunidades Virtuais e Sobre o Comportamento Esperado dos Participantes Destas Teorias e Hipóteses São Postas a Prova no Final em Um Estudo de Caso Realizado em Três Listas de Discussão Com Perfis Diferentes de Participantes A Análise dos Dados Leva a Admitir Seriamente o Potencial Destes Espaços Como Efetivos Meios de Suporte à Educação Institucional e à Aprendizagem Autônoma Nesse Sentido Propõe Se a Consideração Destes Quando do Desenho de Estratégias Educacionais Tanto Meios Auxiliares de Trabalho no Ensino a Distância Como Também Para a Educação Presencial

fonte: ScientificCommons
RESUMO


Neste artigo busca-se mostrar a construção de uma categoria explicativa do trabalho docente denominada “explicação do conteúdo”, a partir de representações de alunos da Habilitação Magistério sobre as práticas pedagógicas de seus professores, cuja formulação assumiu a função de “elemento estruturante básico do trabalho docente eficaz”. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa em que os instrumentos utilizados para coleta de dados foram observação em sala de aula e entrevista semi-estruturada.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES – TRABALHO DOCENTE – ENSINO-APRENDIZAGEM –
SALA DE AULA – DIDÁTICA